Segundo as investigações, o suspeito teria vendido mais
de 100 lotes de 400 m² em local de preservação ambiental; lucro ultrapassa os
R$4 milhões
Um falso corretor foi preso depois de
ser flagrado por agentes da Secretaria da Ordem Pública (Seops) durante a
negociação de lotes da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) localizados
no Assentamento 26 de Setembro, em Taguatinga.
"Identificamos o corretor durante uma ação de rotina
da secretaria no condomínio, que já era monitorado junto com a Delegacia
Especializada do Meio Ambiente para coibir a ação de grileiros", explicou
o secretário da Seops, José Grijalma Farias.
A área tem 5 mil hectares, e, segundo Farias, o suspeito
pode ter lucrado R$4,6 milhões com a venda de 101 frações, de 400 m² cada.
"Já havia ruas abertas, e os lotes estavam marcados
com piquetes, o que acabava ludibriando as pessoas. A área fica próximo à
Floresta Nacional de Brasília e não pode ser habitada, por isso não será
regularizada", complementou o secretario da Seops.
Essa foi quarta prisão do ano pelo crime de grilagem de
terras no assentamento e a 28ª efetuada pelo Comitê de Combate ao Uso Irregular
do Solo.
"É difícil prendermos esses criminosos em flagrante
porque não conseguimos provar que eles estavam vendendo os lotes de forma
irregular. Desta vez, o corretor estava com mapas, notas promissórias e
carimbos, o que configura grilagem", destacou José Grijalma Farias.
O suspeito, levado à Delegacia do Meio Ambiente, será
autuado pelo crime de parcelamento irregular do solo e, se condenado, poderá
ficar até cinco anos preso além de pagar multa entre 10 e 100 salários mínimos.
As pessoas que compraram os lotes também serão chamadas
para prestar depoimento.
"Ainda existe na população a cultura de que uma vez
invadindo, a área será regularizada. Mas esta não é a política deste governo,
que pretende combater com rigor a invasão de terras", enfatizou o secretário.
Antes de comprar um lote, Farias aconselha que o cidadão
procure órgãos do poder público como a Terracap, administrações regionais e
Agência de Fiscalização (Agefis) para verificar a situação da área.